Pontal Sereuwazaowe aprovado na UFSCar – 2022

Eniha isiwaihu’u nõri, e rowedi.

Wahã imãhörö zé hã Pontal Sereuwazaowe Xavante, iro hã Wede’rã, ‘ti’aiwa’õnõ hã Pimentel Barbosa (Etenhiritipa), ri’ahö wa’õnõ Canarana duré Ribeirão Cascalheira – Amhu wawe remhã, ãhã wahu 2022 nã hã, Romnhõré rãihö mãnhari zéb’u hã wa dame ãzé. Ri’ahö wa’õnõ São Carlos remhã, São Paulo. Za te ãmã iromnhõré hã damreme wapari hawi, isihötö mãnhari da hã. Duré awa’awi hã wa ihöiba, romnhõré’wa nõri höimãnã zé wa, ri wa’õtõ rare’wa.

Duré imã robze ti, iwatobro nã hã romnhõré da, te duré rowaihu’u da hã, warazu duré a’uwe höimãnã zéb’ nã hã. duré te waihu’u pese da, niwa damreme hã, ãnesi, teibö.

Olá, amigos!

Eu me chamo Pontal Sereuwazaowe Xavante, da aldeia Wede’rã, da Terra Indígena Pimentel Barbosa, Município de Canarana e Ribeirão Cascalheira – MT, entrei este ano 2022 na UFSCar – Universidade Federal de São Carlos – São Paulo, no curso de Bacharelado em Linguística. Eu estou residindo na UFSCar, na moradia estudantil.

E também estou muitíssimo contente com a minha saída para estudar e aprender mesmo dos dois mundos, mundo do Warazu e mundo do A’uwe uptabi. E obter a sabedoria sobre a linguagens.

Parabéns ao Pontal Xavante!!!

 

Ãnesi duré Hepãri

Era isso e Obrigado

 

Corpos e mediações: arte e tecnologia em tempos de pandemia

Por Aline Yuri Hasegawa, Victor Kinjo e Eduardo Colombo

Sinopse do artigo:

Breve avaliação sobre o contexto de produção artística e cultural no contexto da pandemia COVID-19, trazendo o corpo e as relações com as tecnologias de informação e comunicação como eixo de análise.

Originalmente publicado em:

Diálogos urgentes em tempos de incerteza e múltiplas crises. [recurso eletrônico] or ganização Pedro Roberto Jacobi; Rafael de Araujo Arosa Monteiro; Vivian Blaso; Sandra Regina Mota Ortiz.—São Paulo : IEE-USP, 2022.211p: il. 30cm.

ISBN 978-65-88109-10-6

DOI 10.11606/9786588109106

 

http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/783/697/2584

 

Diálogos Urgentes

Canto Sonhado por Eurico

Em Setembro, Pontal compartilhou no grupo um arquivo de áudio com um registro feito por meio de um celular. O canto havia sido sonhado por Eurico, morador da Aldeia Etenhiritipa. Homens e mulheres cantando uma música de marcação pesada que transmitia um certo desespero:

Ipipate te tãmã nhonõ x3

Ro hã teza ai’u, Ai’utõ hã x3

Em seguida enviou uma tradução:

Está dormindo com medo x3

Está acabando o mundo x3

A recorrência do tema da destruição do mundo chamou atenção e conversamos sobre qual seria o sentido. Por que o mundo estava acabando?

Pontal respondeu descrevendo a experiência vivida no sonho por Eurico:

Alguém olh[ou] ao seu redor e viu que está acabando o nosso mundo

Como quem tem medo de ver, fechou os olhos

Nesse sentido o canto

Os cantos são captados no sonho…

Alguns warazú (brancos) não acreditam no sonho

Mas nós A’uwẽ acreditamos

Wede’rã Lab: audiovisual practices as boundary spaces and inter-ethnic relations mediation.

Since first contacts with Brazilian State in 1946, the Xavante learned to take into account the non-
indigenous as relevant political element. During the second half of 20th century they mastered
the ways of dealing with the agencies responsible for indigenous issues, which became way of
resources and source of political power and dispute between leaderships.

More recently, anthropologist and artists interested in working with indigenous people also
became part of the Xavante political landscape. The most noticeable form of these new ways of
dealing with the waradzú is the almost mandatory need of a “project” that implies some benefit
for the community, in exchange for developing research among them.

This proposal will present with one of these “projects”, named Wederã Lab. It is a laboratory
for audiovisual production located in the Wederã village, at the Pimentel Barbosa Reserve.
Its existence is due to a network established during the creation of a “Ponto de Cultura” (a
community state funded cultural center) in the village. We propose to think how the laboratory
works as a place for modulating local contact with foreign practices and techniques such as
anthropology and cinema, in order to minimize its danger and undesirable impact, namely
among younger generations. We argue that places such as indigenous cultural centers and
schools work as “boundary spaces” that favor local controlled inter-ethnic relations through
circulation of people, techniques and knowledge.

Keywords: video; boundaries; inter-ethnic relations; xavante

 

 

Leal_Caminati-IUAES2018